Minha a sorte é que a Park Street era um pouco mais civilizada (só um pouco), asfalto, menos animais, menos pessoas...O taxi entrou na garagem de um prédio comercial; e eis que vislumbrei a recepção de um hotel 5 estrelas. Eu não vi a hora de sair do táxi. Que afago para o meu coração que estava apertado e gritando de medo. O porteiro abriu a porta e me recebeu com um largo sorriso profissional...mal sabe ele...aquele sorriso lavou a minha alma.
- Welcome madam, let me take your luggage for you!
- -Querido vc pode pegar a mala, eu, me tire daqui, please!!!! – Pensei.
A diária custava somente U$300. Como eu não iria ficar mesmo, fingi que estava procurando um Hotel para o meu retorno à Calcutá, pós Himalaias. Aproveitei e perguntei se eles tinham um citytour pois eu tinha ainda 4 horas antes do meu próximo vôo. Para a minha sorte eles tinham um motorista que por U$30 rodaria comigo pela cidade e mostraria os principais pontos de carro.
- Ok, exatamente o que eu preciso!
O motorista era “Pal”. Um indiano prestativo vestido com um uniforme branco, luvas brancas em um carro Ford branco equivalente a um civic, com poltronas de couro claro e ar condicionado – fazia muito calor e eu ainda suava. Pal foi gentil e amigo. Me fez sentir confortável e mostrou com orgulho sua cidade.
Senti-me a própria rainha da Inglaterra visitando a Índia. Agora sim; eu poderia conhecer a cidade em segurança até a hora do meu vôo. Tínhamos 3 horas e meia e Pal soube aproveitar esse tempo pois me levou para conhecer a casa de Madre Tereza,o parque da cidade onde os indianos jogam cricket, o rio Houghly, as 2 principais pontes da cidade, que eu não sei mais o nome, um templo hindu revestido de vidro, e onde tive de entrar descalça, o Victoria Memorial, um palácio construído em mármore branco em homenagem à Rainha Victoria. Trata-se de um edifício majestoso rodeado de bonitos e tranquilos jardins. O prédio onde funciona a Bolsa Mercantil do Chá, e por fim a grande surpresa...o parque botânico da cidade de Shibpur, onde está a maior árvore do mundo.O rapaz de branco é meu salvador Pal!
A Grande Figueira de Bengala.
Cenas incríveis, bairros muito pobres, ruas com multidões, mercado ao ar livre, no chão, na rua, um mundo muito diferente do que estamos acostumados...
Às 10:30hs iniciamos nossa rota rumo ao aeroporto...minha cabeça doía. Acho que de cansaço, e da tamanha impressão que tive com tudo oque eu vi, e que precisei de muito tempo para processar.
Já no aeroporto; sentei no chão e comi uma barra inteira de chocolate. Apesar do sono fiquei lá sentada assistindo o povo local passar. Mulheres andando com seus lindos sáris. As mulheres indianas não são propriamente bonitas. Na sua maioria são de estatura baixa, todas, sem exceção, tem cabelos pretos e cumpridos, e muitas são gordinhas. Mas todas, sem exceção tem seus cabelos brilhantes e lisos, sobrancelhas afinadas, estão sempre maquiadas, e coloridamente vestidas. Ah os sáris, que inveja! É um desfile de sáris, em cor, modelos, forma de usar, bijouteria, lenços, tudo oque harmonizar com a leveza e graça do corpo feminino. Não importa a classe social da mulher, ela estará usando um sári. As indianas gostam das cores vivas: amarelo, rosa, laranja, azul turquesa, verde.
Conforme as posses financeiras da mulher, a indumentária se altera; na qualidade do tecido, de seda ou de poliéster; no trabalho feito à mão; bordado; e aplicações de fios dourados e paetês. E jóias. Muitas jóias. Todo indiano, inclusive homens, usam muitas bijouterias e jóias, não se preocupando muito com a combinação de uma peça e outra. Somente esse desfile me rendeu uma boa distração para o meu próximo vôo para Bagdogra rumo ao Himalaia.
Um comentário:
to adorando as fotos....tudo!
Postar um comentário